sábado, 14 de agosto de 2010

Ressignificar é preciso

Significante é o nome da coisa. Significado é a representação estável da coisa. 
JC, segundo consta no alfarrábio sagrado, fez seu primeiro milagre usando os referidos componetes do signo. O messias fez o líquido insípido virar vinho. Ressignificou geral, dando graça, cor, sabor e alegria aos festejos matrimoniais.
Bem que eu gostaria de ser capaz de feitos bem menos estupendos, limitados a ressignificações simbólicas e imateriais. Seria bom transformar um relacionamento terminado em uma amizade contínua. Em geral, a pessoa com quem um dia trocamos afeto é rebaixada à malquerença e ganha significantes depreciativos. Outras vezes vira um disk-trepada para nós e um "pau amigo" para as moças. Não conseguimos verter o namoro ou casamento acabado em outro tipo de apreço. 
Então, toda carga afetiva vira vinagre.

2 comentários:

  1. Eu até um tempo atrás achava isso também, Viddal. Mas de repente me dei conta que não é bem assim. O sabor de vinagre pode ser transubstanciado!... E virar vinho, o vinho da espera - da espera completa, sem perdas pesando, porque na verdade nada perdemos. A pessoa que "perdemos" ganha significantes depreciativos se não percebermos que, na verdade, nos é que não estamos querendo mudar o foco. O que importa, o que realmente conta é que o sentimento que tivemos por ela continua sendo nosso, todo nosso. E a gente fica cego pra isso, culpando o outro, como se ele tivesses nos levado a capacidade de amar, de se interessar por outra pessoa. A merda maior é que quando essa outra pessoa aparece atribuímos também à ela a dádiva do amor. Dádiva, o cacete! Meu amor é meu e ninguém tasca!

    Beijos

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  2. Obrigado pelo comentário; é um convite à reflexão.

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