quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tabuísmo, tabu e preconceito

Por mais banalizado que esteja, o sexo ainda é considerado um tabu para alguns. As palavras e ações relacionadas a esse tema ganham muitos apelidos que em nada colaboram para o eufemismo, só embrutecem e vulgarizam aquilo de que todo mundo gosta. Esses significantes chulos que designam pênis, vagina e etc. são chamados tabuísmos.
Muito embora não esteja vinculado ao tema mencionado, o destilado nacional é alcunhado de diversos nomes, quase sempre depreciativos. Eu como um defensor aguerrido da bebida, fico por demais aborrecido. Amigos meus, que ostentam panças agigantadas pelo excesso de cerveja e tira-gosto, não me podem ver empunhar um copinho de "apaga-tristeza" que me chamam de pinguço e cachaceiro. Como se na aloirada e gélida dama não houvesse a devida percentagem de álcool. O que se passa é um tremendo dum preconceito com a brasileiríssima "cem-virtudes". O uísque, por ser das estranjas e bebida das elites, recebe o merecido respeito. Mas não podemos esquecer que qualquer pé-imundo que se preze guarda na prateleira uma garrafa de "velho oito" que passa longe do sabor do maltado escocês. Fica distante antes, durante e depois, pois a ressaca desse paraguaio dura oito dias. A "lágrima-de-virgem" é consumida por figurões tupiniquins além de fazer boa fama no exterior. Só o brasileiro-médio, muito medroso e agarrado a julgamentos equivocados, resiste em dar uma beiçada na "maria-meu-bem".
A "danadinha" tem também diferentes rótulos e procedências. Os preços podem variar de R$ 4,00 a R$300,00 (ou mais). Com a "fogosa" ordinária comprada no mercadinho, eu faço uma caipirinha ou um traçado. Uso da "ximbica" luxenta oriunda do alambiques afamados para beber antes do almoço, já que abre o apetite, e para degustar após a refeição para que a digestão se faça melhor. 
Os tantos chamamentos que minha "braquinha" recebe comprovam que:
1) Ela é adorada pelo Brasil afora;
2) Seu consumo sempre foi visto como tabu, daí tantos apelidos, tantos rodeios para designar o objeto.
Não quero me passar por dependente etílico. Meu discurso apaixonado se justifica pelo fascínio que a "molhadinha" exerce sobre mim. E não admito que a chamem de "marvada".
Saúde!

3 comentários:

  1. Acho que o preconceito existe pq realmente tem cachacinhas muito baratinhas servidas em botequins e sorvidas por mendigos, alcoolatras que passam o dia bebendo uma dose de "aperitivo" e se associa beber uma purinha com isso.Esquecemos que a cachaça é barata porque é nossa, a matéria prima sendo nossa é mais barato consumir, entretanto, há cachaças mais caras,claro.Brasileiro acha que o que é barato é ruim, e não têm nada a ver.
    Eu pessoalmente gosto de caipirinha.

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  2. Caraca, David, tú é foda escrevendo,

    conseguir estruturar um texto completamente coerente usando os tabuísmos utilizados para designar a cachaça... show, show, show...

    ah, e eu amo uma caipirinha de limão bem feita, hummmmmmmmmmmm

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